Um pedreiro de 47 anos foi apresentado na manhã desta terça-feira (11), no prédio da Delegacia Geral da Polícia Civil, Zona Centro-Oeste de Manaus, suspeito de estuprar a própria filha, uma pedagoga de 25 anos. A prisão em flagrante do homem ocorreu por volta das 10h30, de segunda-feira (10), por meio da equipe de investigação da Delegacia Especializada em Crimes contra a Mulher (DECMM) e do Grupo Força Especial de Resgate e Assalto (Fera).
De acordo com a titular da DECCM, delegada Andrea Nascimento, o pedreiro foi preso na casa onde residia, no bairro Jorge Teixeira, Zona Leste da capital, após a vítima buscar ajuda em uma unidade policial, onde formalizou a denúncia de estupro. A delegada explicou durante a coletiva de imprensa, que a pedagoga relatou, ao longo dos procedimentos na delegacia, que havia acabado de ser abusada sexualmente pelo pai e que os estupros vinham ocorrendo desde que ela tinha 12 anos de idade.
“A vítima informou que ela e mais cinco irmãos, sendo três meninas e dois meninos, moram com o infrator e desde que ela tinha 12 anos de idade vinha sendo estuprada pelo pai. Na segunda-feira, após mais uma prática delituosa, ela pediu apoio dos irmãos e todos foram até a DECCM formalizar o crime. Outras duas filhas do pedreiro, de 29 e 22 anos, que não moram mais com eles, também afirmaram, em depoimento, que eram violentadas pelo pai desde a infância, por isso deixaram a casa do pai quando completaram 18 anos”, declarou a delegada Andrea Nascimento.
A autoridade policial destacou que a pedagoga afirmou que não havia denunciado os crimes antes porque o pai ameaçava abusar das outras três filhas, de 18, 15 e nove anos, caso fosse delatado. A vítima também informou que quando tinha 15 anos de idade engravidou do pai e que a irmã dela, de 29 anos, também chegou a engravidar do pedreiro quando tinha 16 anos. A pedagoga disse que na época tanto o pai quanto a mãe delas fizeram ambas realizarem abortos, com uso de medicamentos.
Na delegacia o pedreiro confessou, em depoimento, a autoria dos abusos sexuais. “Para o pedreiro ele não era violento com as filhas. Inclusive, ele argumentou que as vítimas consentiam o ato sexual porque elas queriam roupas e sapatos melhores. Os delitos eram como uma troca de favores para ele”, ressaltou a delegada.
Ao longo da coletiva de imprensa a titular de DECCM informou que a mãe das vítimas presenciou os abusos desde a infância das filhas e, por conta disso, abandonou a casa da família há cerca de seis anos. “A mãe abandonou os filhos com o pai, mesmo sabendo de todas as práticas delituosas. A princípio ela vai responder por omissão, porque ela foi omissa em relação aos abusos que as filhas sofriam”, disse.
Andrea Nascimento ressaltou, ainda, que todas as filhas do infrator foram encaminhadas à Delegacia Especializada em Proteção à Criança e ao Adolescente (Depca). “A delegada Juliana Tuma, titular da Depca, já está ouvindo todas as vítimas, inclusive as meninas de 18, 15 e nove anos para averiguar se elas sofreram algum tipo de abuso por parte do pai.
As outras duas irmãs da pedagoga, de 29 e 22 anos, também estão sendo ouvidas porque sofreram violência sexual enquanto eram menores de idade”, declarou a titular da DECCM.
O pedreiro foi autuado em flagrante por estupro. Logo após a coletiva de imprensa o infrator foi encaminhado à Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, onde irá permanecer à disposição da Justiça.
Com informações da assessoria