Na manhã desta terça-feira (11), os últimos detentos que ainda estavam na Cadeia Pública Raimundo Vidal Pessoa, que fica localizada no centro de Manaus, foram transferidos para a unidade prisional do Puraquequara, zona leste da capital.
Uma historia que para alguns e de terror para outros de sofrimentos e angustia.
A Cadeia Publica Raimundo Vidal Pessoa, foi inaugurada há 109 anos e passou por diversas situações de rebelião.
A cadeia era a aporta de entrada dos infratores, quem cometiam um crime, eram encaminhado para lá e em seguida destinado a outras penitenciarias do estado.
Á historia
Fica localizado na Avenida Sete de Setembro nº 213, bem ao lado do “Parque do Mestre Chico” – servindo como cadeia pública para abrigar presos provisórios (aguardando julgamento) à disposição das autoridades judiciais.
Foi inaugurada no dia 19 de Março de 1907, no governo do Dr. Constantino Nery, recebendo o nome de Casa de Detenção de Manaus, passou por várias mudanças de denominações, a saber:
1928 – Penitenciária do Estado do Amazonas, governo Ephigenio Sales Ferreira/1942 – Penitenciária Central do Estado, no governo do Álvaro Maia/1981 – Unidade Prisional Central (UPICENTRO), pelo governador José Lindoso/1985 – Penitenciária Desembargador Raimundo Vidal Pessoa, pelo governador Gilberto Mestrinho de Medeiros Raposo/1999 – Cadeia Pública Desembargador Raimundo Vidal Pessoa.
Apesar de todas as alterações nos nomes, os manauenses somente a conhece por “Penitenciária de Manaus”, ponto final!
O prédio foi elaborado e construído pelos arquitetos Rossi & Irmãos, com auxílio do Sr. Emygdio José Ló Ferreira e o Dr. J. Estelita Jorge, que era Diretor–Geral das obras.
Com uma área de 15.000 metros quadrados, em estilo medieval, com aspecto de fortaleza maciça. Segundo a professora de história Thérése Aubreton “A fachada tem revestimento de bossagem (Parte saliente de pedra bruta ou talhada), e possui dois pavimentos. Vê-se, no térreo, um portão de arco pleno (romano), ladeado por óculos (abertura redonda na fachada). Observa-se, no primeiro andar, uma janela de arco pleno encimado por um óculo. Completando o conjunto sobressaem cinco pequenas torres, que dominam o prédio e seu frontão com decoração de ameias, reforçando mais ainda os traços de fortaleza medieval”.
A capacidade da Penitenciária de Manaus é de 104 detentos, no entanto, deve abrigar o triplo, sendo palco constante de rebeliões, culminado sempre em mortes e destruição do patrimônio público. Os presídios de outras regiões do Brasil não diferem dos de Manaus – todos estão superlotados, sendo um local propicio para a “faculdade do crime”, não cumprindo, de forma alguma, o objetivo de ressocializar os presos.
Conforme consta na monografia do Dr. José Ribamar da Silva “Ao invés de ser uma instituição destinada a reeducar o criminoso e prepará-lo para o retorno social a prisão é uma casa dos horrores, para não dizer de tormentos físicos e morais, infligindo ao encarcerado ou encarcerada os mais terríveis e perversos castigos. Antes de ser a instituição ressocializadora, a prisão tornou-se uma industria do crime, onde os presos altamente perigosos, tornam-se criminosos profissionais, frios, calculistas e incapazes de conviverem fora do presídio”
A grande notícia vem o Dr. Lélio Lauria, titular da Secretaria de Justiça do Amazonas (Sejus-AM), promete desativar a Penitenciária em 2011, o local será transformado no Centro de Artes Populares da Secretaria Estadual de Cultura.