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Irmãs separadas pela Hanseníase se reencontram em Manaus

 Elas foram separadas há mais de 40 anos, pois no período o leprosário Colônia era fechado - foto: Divulgação/Semsa

Elas foram separadas há mais de 40 anos, pois no período o leprosário Colônia era fechado – foto: Divulgação/Semsa

 

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Maria Lopes da Silva, 48, mora em Porto Velho (RO). Maria Antônia Ribeiro da Silva, 46, em Manaus. Marli de Souza Lima Queiroz, 42, em Rio Branco (AC). Por meio do projeto Resgatando o Laço Familiar, desenvolvido pelo Movimento de Reintegração das Pessoas Atingidas pela Hanseníase (Morhan), e apoiado pela Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), as três irmãs se reencontraram nesta quinta-feira (15), na sede da entidade, no bairro Colônia Antônio Aleixo, Zona Leste.

Segundo o diretor-presidente do Morhan, Pedro Borges Silva, as irmãs foram separadas da mãe após o nascimento, tiveram o convívio familiar comprometido em uma época em que pais com o Bacilo de Hansen não podiam gerar, parir ou criar os filhos.

“Elas foram separadas há mais de 40 anos, pois no período o leprosário Colônia era fechado. Pessoas ‘sadias’ não tinham acesso ao local e as crianças eram levadas para orfanatos, doadas para parentes ou desconhecidos”, explicou Silva.

Maria Antônia, conta que hoje estava participando pela primeira vez dessa reunião que acontece na sede do Morhan mensalmente. “Eu estou muito feliz, em choque ainda. Não sabia que ia encontrar com elas aqui. Com a Maria (Lopes) mantinha contato há sete anos à distância, desde que descobri a existência dela, mas a Marli não”, afirmou emocionada.

“Desde 2010 estamos com um projeto em nível nacional, o Filhos Separados no Brasil, que busca o reencontro de pais e filhos e também uma indenização para esses irmãos separados. No Acre, já tivemos cinco casos como esse em que os laços familiares foram refeitos. Este foi o primeiro reencontro no Amazonas e o próximo irá acontecer em breve entre uma mãe e um filho separados há 50 anos. Ela mora em Canutama (AM) e ele em Rio Branco (AC)”, adiantou o membro da Diretoria Nacional do Morhan, Elson Dias.

Desde o ano passado, a Secretaria Municipal de Saúde (Semsa) apoia o Morhan com recursos humanos para a realização de serviços que são disponibilizados para as pessoas que moram nos pavilhões da sede da entidade ou em domicílio, para os doentes afetados pela hanseníase.
Com informações da assessoria