
Yara Amazônia Lins, Conselheira Presidente do TCE-AM (Foto: Divulgação)
Há instituições que envelhecem.
E há aquelas que amadurecem com o tempo, reinventando-se a cada desafio, porque compreendem que o dever público é uma forma de amor. O Tribunal de Contas do Amazonas pertence a esta segunda linhagem: a dos que se mantêm fiéis à sua origem, mas não se acomodam nela. Aos 75 anos de existência, celebramos uma história feita de coragem, transformação e compromisso com o povo amazonense.
Quando o TCE-AM foi criado, em 1950, o Amazonas ainda buscava se reconhecer entre as fronteiras da floresta e do futuro. Havia poucos registros contábeis, nenhum sistema de dados, e uma imensidão de responsabilidades sobre os ombros de quem acreditava que prestar contas seria o alicerce da cidadania. Hoje, em 2025, essa convicção permanece, mas em outra dimensão: digital, inteligente, climática e humana.
O tempo passou. A consciência evoluiu. O dever permaneceu.
O dever público como forma de esperança.
Cada auditoria, cada parecer, cada recomendação é uma peça desse mosaico moral que sustenta a confiança entre Estado e sociedade. O Tribunal aprendeu que fiscalizar é também educar, orientar, prevenir e acolher. É exercer o controle não como punição, mas como pedagogia cívica. Um ato de esperança em dias mais justos, transparentes e sustentáveis.
Nos últimos anos, o TCE-AM viveu um ciclo exemplar de modernização. Digitalizou seus processos, ampliou a transparência, aproximou-se da sociedade por meio da Ouvidoria e das plataformas de controle social e inovou em auditoria ambiental e climática, compreendendo que a contabilidade do futuro inclui também o patrimônio natural e o direito das próximas gerações.
Um Tribunal que ouve, ensina e se reinventa.
A Escola de Contas tornou-se farol de capacitação e cidadania.
A gestão pública foi convocada a aprender com ética e eficiência.
Os servidores, antes meros técnicos, são agora guardiões de uma nova cultura institucional: a cultura da responsabilidade compartilhada.
Sob cada parecer técnico, há uma filosofia pública: a de que a floresta em pé e a probidade em ato são irmãs gêmeas da sustentabilidade.
O TCE-AM entende que a Amazônia não é apenas território de fiscalização, mas um espaço de sentido, onde o controle é também cuidado com a vida, com o tempo e com o destino coletivo.
Transparência e inovação: os dois pulmões do novo TCE
Celebrar 75 anos não é repetir feitos, mas renovar promessas.
O Tribunal tem respirado inovação, com sistemas que integram inteligência artificial, auditoria preditiva e relatórios públicos em linguagem cidadã. Essa transformação digital não desumaniza o controle: ao contrário, o aproxima do cidadão e o torna instrumento de justiça e dignidade social.
Hoje, o Tribunal fala a linguagem do seu tempo, a da transparência total, da eficiência real e da empatia institucional.
Fiscalizar é servir. Servir é compreender. E compreender é a forma mais elevada de governar.
O Amazonas, nossa razão de ser
O TCE-AM é parte viva da história do Amazonas.
Suas decisões ecoam nas escolas, nas comunidades ribeirinhas, nas políticas públicas que reduzem desigualdades e nas ações que protegem o meio ambiente.
Cada conta julgada é uma lição sobre o destino comum que compartilhamos nesta imensa casa verde chamada Amazônia.
Celebrar este aniversário é, portanto, mais do que um ato de memória.
É um gesto de fé no futuro — um futuro onde a ética será a língua da administração pública e o controle será sinônimo de amor ao bem comum.
O tempo, o dever e a gratidão
Ao completar 75 anos de existência, o Tribunal de Contas do Estado do Amazonas reafirma sua vocação para servir com inteligência, coragem e ternura institucional.
Agradecemos a todos os que fizeram e fazem desta Corte um exemplo de compromisso com o interesse público. Conselheiros, auditores, técnicos, servidores e colaboradores que, juntos, constroem a credibilidade e a grandeza do TCE-AM.
O tempo passou, mas a missão permanece: fiscalizar para servir, servir para transformar.
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“O controle é a consciência do tempo público — e o tempo público é o coração da República.”
Yara Amazônia Lins
Conselheira Presidente do Tribunal de Contas do Amazonas