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Rebelião, fugas e mortes nos presídios de Manaus

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Os presos da FDN atearam fogo e decapitaram membros do PCC – foto: Divulgação

 

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Decapitação e fugas marcaram o início do mês de janeiro nos presídios de Manaus, na tarde de domingo (1°). O motim teve início por volta das 16h, com fuga de presos do Instituto Penal Antônio Trindade (Ipat), seguido de uma rebelião, no Complexo Penitenciário Anísio Jobim (Compaj). Ambas unidades prisionais ficam no quilômetro 8 da BR-174.

Pelo menos, 70 pessoas foram mantidas reféns, durante a guerra entre as facções criminosas Família do Norte (FDN) e Primeiro Comando da Capital (PCC). No começo da ação criminosa, seis detentos foram decapitados, entre os mortos, supostamente, o ex policial militar Moacir Jorge Pessoa Costa, o ‘Moa’, que cumpria pena por homicídio. Outros presidiários, também trucidados, não tiveram os nomes revelados.

Os presos chegaram a fazer uma selfie armados de facões, pistolas e espingardas - foto: Divulgação

Os presos chegaram a fazer uma selfie armados de facões, pistolas e espingardas – foto: Divulgação

 

Durante o ataque, armados de facões, pistolas e espingardas, os detentos dominaram o Compaj, atearam fogo e trocaram tiros com policiais. Agentes penitenciários, enfermeiros e outros presos foram feitos reféns.

A rebelião foi iniciada por alguns internos do regime fechado da unidade prisional, que aproveitaram o horário de visita para fugir, porém, policiais da guarda perceberam a movimentação estranha e efetuaram tiros para impedir a fuga em massa.

Alguns detentos iniciou um tiroteio no telhado do presídio com os policiais. Na ocasião, um preso, usando roupa de mulher, foi recapturado e levado novamente para a unidade prisional.

Um buraco foi achado do lado de fora do Ipat – foto: Divulgação

 

Um buraco do lado de fora do presídio foi encontrado, por onde fugiram detentos, mas o número de fugitivos não foi divulgado. Durante as buscas, oito presidiários foram recapturados.

Oito presos foram recapturados pela polícia - foto: Divulgação

Oito presos foram recapturados pela polícia – foto: Divulgação

 

A cena de terror descrita por um policial, que preferiu não ter o nome revelado, era de dezenas de pessoas mortas, membros do PCC. O chão estava coberto de sangue. Por conta do motim, a estrada que dá acesso à unidade prisional foi interditada.

A ação mobilizou policiais da Ronda Ostensiva Cândido Mariano (Rocam), Centro de Operações Especiais (Coe), Força Tática, policiais civis e o Corpo de Bombeiros.

O secretário de Segurança Pública do Estado do Amazonas (SSP-AM), Sérgio Fontes, realizou uma coletiva de imprensa, durante à noite, no Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), onde definiu a cena de terror como ‘massacre’ iniciada pela FDN, mas não deu o número exato de mortes.

“Por trás desse ‘massacre’ está a facção criminosa FDN, que teria tentado eliminar os membros do PCC, grupo rival, que é menor, para não ter concorrência. A fuga no Ipat foi uma ‘cortina de fumaça’ para que pudessem atacar os integrantes do rival dentro Compaj. Não é possível entrar no presídio nesse momento, vamos negociar para por fim a rebelião e, depois será possível contabilizar o número de mortos”, disse Sérgio Fontes.

Rebelião

Presos que faziam parte da facção criminosa PCC foram decapitados – foto: Divulgação

 

Por volta das 23h, não havia um número exato de mortes, mas segundo informações, seis pessoas foram decapitadas, sendo que dos 12 funcionários mantidos reféns, oito colaboradores da empresa Umanizare, responsável pelo sistema prisional ainda estavam em poder dos criminosos.

A Secretária de Segurança Pública do Amazonas (SSP-AM) não confirmou as mortes do ex-policial ‘Moa’ e um dos líderes da invasão ‘Cidade das Luzes’, conhecido como ‘Velho Sabá’.

Ainda segundo a SSP-AM, o sistema de água e energia elétrica das unidades prisionais não foram cortadas.