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Cidades

Casos de dengue aumentam durante a pandemia em Manaus

A Prefeitura de Manaus lançou esta semana uma campanha de combate ao mosquito aedes aegypti, que conta ainda com reforço de visitas domiciliares

O combate ao Aedes aegypti se alia às visitas domiciliares (Foto: Ione Moreno/Semcom)

Manaus – Em meio à pandemia, os casos de dengue confirmados cresceram mais de 200% na capital amazonense no comparativo dos primeiros semestres de 2020 e 2019.

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Para reforçar os cuidados necessários à prevenção da doença, a Prefeitura de Manaus lançou esta semana campanha de combate ao mosquito aedes aegypti, que conta ainda com visitas domiciliares dos agentes da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa).

“A mensagem da nossa campanha é clara: ‘enquanto você se preocupa com um perigo, não pode se esquecer do outro’, fazendo uma referência entre a Covid-19 e a dengue. E essa é uma orientação permanente do prefeito Arthur Virgílio Neto, que é reforçar que a prefeitura, enquanto poder público, tem o dever de realizar ações de combate ao mosquito transmissor, mas também de alertar que com simples ações podemos evitar a doença”, destacou a secretária municipal de Comunicação, Kellen Veras Lopes.

Campanha de combate ao mosquito aedes aegypti (Foto: Ione Moreno/Semcom)

Somente no primeiro semestre de 2019, foram registrados 173 casos confirmados de dengue em Manaus. Já no mesmo período de 2020, a capital possui 525 confirmações, o que representa um aumento de 203,5% durante o inverno amazônico e o agravamento da pandemia do novo coronavírus, que teve seu pico nos meses de abril e maio.

Segundo a diretora do Departamento de Vigilância Ambiental e Epidemiológica (Devae/Semsa), a enfermeira Marinélia Ferreira, a campanha tem o intuito de sensibilizar os manauaras sobre a importância de manter os cuidados contra o mosquito. “Os criadouros geralmente ficam no ambiente familiar e se estamos passando mais tempo em casa, estamos mais expostos ainda. É um alerta para que a população se atente tanto à pandemia quanto aos demais perigos”, pontuou.

A mensagem de prevenção está sendo disseminada em emissoras de televisão, rádios, jornais, outdoors tradicionais e de LED, viadutos e também nas redes sociais. A massificação é feita até a próxima semana, mas as ações de orientação continuam durante o ano.

Além da dengue, o aedes aegypti transmite também zika vírus e chikungunya. Apesar disso, as duas últimas doenças tiveram redução no mesmo período comparado, entre 2019 e 2020. O Devae contabilizou a queda de 33,3% dos casos confirmados da zika e de 95,2% em relação à chikungunya. A diferença se dá, pois a dengue possui quatro tipos de vírus, aumentando a possibilidade de contaminações.

“Neste ano, a dengue se sobressaiu, pois, de forma clínica, os vírus que têm um mesmo vetor como veículo de contaminação podem se alternar. E, além disso, a doença possui tipologias classificadas de 1 a 4, o que aumenta exponencialmente a capacidade de transmissão”, concluiu Marinélia.

A campanha municipal de combate ao Aedes aegypti se alia às visitas domiciliares de agentes de endemia da Semsa. Nas ações, é feita a busca ativa de criadouros, além de orientações aos residentes das casas, com distribuição do check-list adesivo Dez Minutos Contra a Dengue.

Com esse material afixado na parede de casa, os moradores podem realizar, a cada sete dias, vistorias em suas residências, seguindo a lista de locais com possibilidade de proliferação das larvas do mosquito. As visitas são feitas mantendo o distanciamento social.

O chefe do Núcleo de Controle da Dengue vinculado à Semsa, Alciles Comape, explicou que a inspeção dos moradores deve ser feita semanalmente, pois a vida do mosquito é de sete a oito dias. “Criando esse hábito, a população reforça a proteção de suas casas, garantindo segurança não só da família, mas também de toda uma comunidade”, destacou, reforçando que durante a pandemia, com isolamento social, é possível ter um olhar mais atento para esses cuidados domiciliares. “Para vencer a dengue é fundamental que o poder público e sociedade caminhem junto”, finalizou.

Embora o período sazonal tenha passado, as doenças são transmitidas o ano todo. A principal medida de combate a criadouros em residências é evitar qualquer tipo de depósito de água, tanto dentro quanto fora de casa. É importante manter tanques, caixas d’água e camburões bem tampados, lavando-os semanalmente; evitar o acúmulo de água parada em garrafas, pneus e entulhos; limpar sempre calhas, lajes e piscinas; colocar areia nos pratinhos dos vasos; remover galhos e folhas das calhas, para desobstruí-las; e manter lonas esticadas e sacos de lixo sempre fechados.

Sintomas

Apesar das três doenças serem transmitidas pelo mesmo mosquito, há diferenças entre os sintomas que podem ajudar na distinção. A dengue costuma causar dor atrás dos olhos acompanhada de febre alta. A zika vírus desenvolve febre baixa, manchas na pele e coceira, sendo a doença mais relacionado a gestantes, pois causa microcefalia nos bebês. Já a chikungunya provoca dores em pulsos, mãos e tornozelos, acompanhada de inchaços e erupções na pele.

Em caso de sintomas, é muito importante que não se tome nenhum medicamento por conta própria. Se mantenha hidratado e procure uma unidade básica de saúde pois, nela, um profissional dará diagnóstico e a receita.

Focos de criadouros também podem ser denunciados pelo Disk-Saúde, no 0800 280 8280, de segunda a sexta-feira. Após o alerta, o município vai até o local para verificar se de fato existe o foco e, em caso de confirmação, é feita o controle químico com borrifação em um raio de nove quarteirões para conter o avanço do mosquito.

*Com informações da assessoria