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Polícia

‘Não sei como arma disparou’, declara homem que matou esposa grávida em Manaus

Robson foi preso acusado de matar a esposa grávida (Foto: Mário Souza/DM)

Manaus/AM – “Não queria matá-la. Foi um acidente, não sei como arma disparou”. Foram com essas palavras e chorando que o ajudante de pedreiro Robson Nascimento da Silva Araújo, 24, defendeu-se durante coletiva de imprensa na manhã desta sexta-feira (12), no prédio da Delegacia Geral da Polícia Civil do Amazonas. Ele foi preso suspeito de assassinar a esposa dele, Jociquele Araújo Pereira, 28, que estava grávida do segundo filho do casal.

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De acordo com o delegado Bruno Fraga, titular do 26º Distrito Integrado de Polícia (DIP), a prisão foi realizada por policiais militares da 12ª Companhia Interativa Comunitária (Cicom), após uma denúncia anônima. Ele estava escondido em uma casa na comunidade Mundo Novo, bairro Flores, Zona Centro-Sul de Manaus. O crime ocorreu na noite de quarta-feira (10), no conjunto Viver Melhor, bairro Lago Azul, na Zona Norte da capital.

Inicialmente, a polícia trabalhava que a vítima teria reagido a um assalto. Jociquele estava na frente da casa em que morava, por volta das 19h, quando dois homens em uma motocicleta aproximaram-se e anunciaram o assalto. Após as investigações avançarem, Robson passou a ser o principal suspeito do feminícidio.

“Após o crime, Robson fugiu e desfez-se da arma. A notícia da morte repercutiu e a PM recebeu denúncia anônima e conseguiu prendê-lo”, disse o delegado Bruno Fraga.

Em depoimento, Robson apresentou versões contraditórias, mas confessou a autoria durante uma discussão. O casal mantinha um relacionamento há três anos, mas com histórico de agressões do suspeito, conforme relatos de familiares e vizinhos da área. Apesar disso, Robson não tinha antecedentes criminais.

Crime

Jociquele foi baleada no tórax dentro da casa em que morava com o Robson e filho do casal, na comunidade Acará. Ela ainda foi socorrida e levada ao Serviço de Pronto Atendimento (SPA) Enfermeira Eliameme Rodrigues Mady, conhecido como ‘Galiléia’, mas resistiu ao ferimento.

Robson relatou que estava discutindo com a esposa. Ao sair do banheiro, Jociquele teria empurrado a porta na direção dele provocando o tiro acidental de um revólver. Questionado, Robson não soube explicar o motivo pelo qual a arma estava na sua mão, porém disse que apenas guardava o armamento.

“Robson não consegue justificar porque segurava a arma e nem para quem ele guardava. Estamos trabalhando para encontrar o revólver e tirar de circulação”, explicou o delegado Bruno Fraga.

Durante a coletiva de imprensa, Robson chorou. Ele argumentou que não pretendia matar a esposa e que o tiro foi acidental.

“Ela sai do banheiro e empurrou a porta em cima de mim. Em seguida, eu só escutei pá. Depois ela colocou a mão no peito e disse: ‘aí Robson’ e vi o buraco no peito dela. Eu não queria matar a mãe da filhinha que tem 11 meses. Não sei como a arma disparou”, declarou.

Robson responderá pelo crime de feminicídio, com pena prevista de 12 a 30 anos de prisão. Caso seja condenado na audiência de custódia, ele terá a pena aumentada em mais um terço pelo fato da esposa está grávida. A vítima estava com três meses de gestação e esperava o segundo filho do casal.