Os rodoviários descumpriram na manhã desta segunda-feira (26), a decisão do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), deferida no domingo (25), para impedir a paralisação de 100% da frota do transporte convencional da capital. Está é a 43ª vez neste ano, que o sistema de transporte público, promovido pelo Sindicato dos Trabalhadores em Transportes Rodoviários de Manaus (STTRM) é suspenso. A categoria reivindica reajuste de 10%.
Segundo o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros do Estado do Amazonas (Sinetram), o número de usuários afetados pela greve, ainda, não era estimado, mas a previsão é que a média seria de 800 mil pessoas, caso o sistema ficasse paralisado o dia inteiro.
O assessor jurídico do Sinetram, Fernando Borges, afirmou que não há motivos de greve, já que os pagamentos dos salários feitos pelas empresas estão em dias.
Na garagem da empresa Global Gleen, os trabalhadores cruzaram os braços em reivindicação ao atraso do aumento salarial de 10%, acordo firmado para maio deste ano. Nenhum ônibus saiu da garagem.
Os cinco Terminais de Integração (TI) estavam completamente vazios no início da manhã. Para a população não ser prejudicada, o prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) autorizou a circulação dos micro-ônibus do transporte alternativo até o Centro da capital, uma vez que é autorizado a fazer transporte de passageiros nas Zonas Norte e Leste da capital.
Por conta dos anúncios de paralisação, o Sinetram entrou com um pedido para impugnar o movimento grevista, que foi acatado pelo TRT na tarde de domingo (25).
Na decisão, a desembargadora plantonista do Tribunal Regional do Trabalho da 11º Região, Solange Maria Santiago Morais, determinou multa de R$ 100 mil por hora de paralisação, em caso descumprimento, ao Sindicato dos Rodoviários.
Além disso, a magistrada determinou que os sindicalistas mantivessem distância de pelo menos 50 metros do acesso das garagens e também autorizou o uso das forças policiais para cumprir a liminar.
Por volta das 11h, o presidente do STTR, Givancir Oliveira, convocou a imprensa para falar sobre a paralisação do transporte público.
“Se o sindicato descumpriu a determinação da Justiça, os trabalhadores também tiveram seus direitos descumpridos pela Justiça. Vamos nos reunir com o prefeito e chegar num acordo sem prejudicar a categoria”, disse.
Givancir ressaltou ainda que o sindicato irá recorrer à multa imposta pelo TRT, e que os ônibus voltaram a circular por volta das 10h45.