
A vítima foi morta com vários tiros em ramal (Foto: Divulgação)
Manaus (AM) – Um homem, ainda não identificado, foi encontrado morto na manhã desta terça-feira (25), em uma área de mata às margens da avenida do Pontal, no bairro Tarumã, Zona Oeste de Manaus. O corpo estava em uma área remota e sem pavimentação, com as mãos amarradas para trás, corda no pescoço e diversos ferimentos provocados por disparos de arma de fogo.
Ao lado da vítima, agentes da Polícia Militar localizaram um bilhete manuscrito, com frases que indicam possível execução motivada por conflito com facção criminosa. O texto cita suposta relação da vítima com policiais e traz a expressão “X9 é sal”, utilizada para rotular delatores dentro de organizações criminosas. A mensagem também menciona o nome do Comando Vermelho (CV-AM).
Moradores da região relataram ter ouvido tiros durante a madrugada, mas, por se tratar de uma área isolada, ninguém conseguiu visualizar movimentação suspeita. Foi somente com o amanhecer que populares avistaram o corpo e acionaram o serviço de segurança.
Equipes da PMAM isolaram o local até a chegada do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC), responsável pela perícia. Após os procedimentos iniciais, o Instituto Médico Legal (IML) realizou a remoção do corpo. O caso será investigado pela Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), que busca identificar a vítima, levantar a autoria e esclarecer a dinâmica da execução.
Segurança pública ainda distante de áreas remotas
Apesar da ampliação do número de viaturas novas, da nomeação recente de policiais aprovados em concurso público e da adoção de tecnologias de monitoramento, a presença efetiva do Estado ainda não alcança muitas áreas periféricas e de difícil acesso na capital. Regiões como o Tarumã continuam vulneráveis à atuação de facções criminosas, que se aproveitam da ausência policial para impor violência e realizar execuções sem testemunhas.
O caso expõe um paradoxo da segurança pública no Amazonas: investimentos estruturais avançam, porém sua aplicação não chega com a mesma força às zonas mais isoladas. Sem policiamento ostensivo permanente e sem inteligência integrada capaz de atuar nesses corredores dominados pelo crime organizado, crimes como este seguem ocorrendo com facilidade, reforçando a sensação de abandono e impunidade.








