Homem foi torturado e executado com vários tiros (Foto: Divulgação)
Manaus (AM) – A escalada da violência em Manaus fez mais uma vítima na manhã deste sábado (21). Jefferson dos Santos Cavalcante, de 30 anos, conhecido como “Pretão”, foi encontrado morto com sinais de espancamento e perfurações de arma de fogo, no ramal do Brasileirinho, na Zona Leste da capital.
A brutalidade do crime chamou a atenção de moradores e policiais, que encontraram o corpo com as mãos amarradas para trás e um bilhete com a frase “X9 é sal” — gíria usada por facções para rotular informantes ou traidores.
O corpo foi achado próximo à região do antigo Gouveia, área conhecida por desovas de vítimas ligadas ao tráfico de drogas. A Polícia Militar foi a primeira a chegar ao local e isolou a área até a chegada da equipe da Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS), bem como as equipes do Departamento de Polícia Técnico-Científica (DPTC) e do Instituto Médico Legal (IML).
Segundo informações preliminares repassadas pelas autoridades, a vítima estava trajando apenas uma bermuda e um boné branco. Além de diversas perfurações por disparos de arma de fogo, o corpo apresentava hematomas, indicando que Jefferson foi brutalmente espancado antes de ser executado.
Moradores da área relataram não ter ouvido tiros durante a madrugada, o que levanta a suspeita de que o homem tenha sido morto em outro local e desovado no ramal durante a madrugada ou no início da manhã.
A presença do bilhete com referência direta ao “código” do crime organizado reforça a hipótese de execução motivada por disputas ou punições até mesmo internas dentro da facção.
Conforme apurou o Diario Manauara, Jefferson morava no bairro Cidade Nova, Zona Norte de Manaus, e estava desaparecido desde quinta-feira (19). A suspeita é de que ele tinha envolvimento com o tráfico de drogas.
O corpo foi removido para o IML (Foto: Divulgação)
Após os procedimentos, o IML fez a remoção do corpo para os procedimentos de necropsia. A identificação oficial da vítima foi confirmada pelas esposa e mãe, que desconhecem a motivação do crimes.
Violência em alta na Zona Leste
Casos como esse têm se tornado cada vez mais comuns na Zona Leste de Manaus, uma das regiões mais afetadas pela guerra entre facções criminosas. Moradores vivem sob constante temor, e o número de homicídios ligados ao tráfico segue em alta.
Enquanto o governo estadual afirma investir em segurança pública, a realidade das ruas — especialmente nas áreas periféricas — mostra um cenário de abandono, com execuções a céu aberto e cenas de tortura, como a registrada neste sábado.
A DEHS ficará responsável pelas investigações, que devem apurar a identidade da vítima, a motivação do crime e os autores da execução.
