Vídeo mostra membro do CV antes de ser executado na Carbrás

Manaus (AM) – Um vídeo compartilhado nas redes sociais mostra membros da facção criminosa Comando Vermelho (CV) empunhando armas de grosso calibre e ameaçando um grupo rival da comunidade Parque São Pedro, também conhecida como “Invasão Carlinhos da Carbrás”, no bairro Tarumã, na Zona Oeste da capital amazonense.

Entre os membros do bonde, liderado por um dos chefes da organização, conhecido pela polícia por ser sanguinário e frio, cujo apelido é mantido em sigilo, está Durval Rabelo de Souza Neto, 26, vulgo “Neto”. Nas imagens, ele aparece manuseando uma arma de fogo e diz para um dos comparsas filmar a sua mão com cicatriz e sem movimento de dois dedos.

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Com exclusividade ao Diário Manauara, fontes policiais do setor de inteligência, confirmaram a veracidade do vídeo que mostra horas antes os faccionados se preparando para atacar membros da facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC), tendo como mira um traficante que controla o território. O nome do alvo também é mantido em segredo para não atrapalhar as investigações.

No dia do confronto, ocorrido em 26 de junho deste ano, “Neto” que usava colete balístico e balaclava acabou alvejado por quatro tiros de pistola ponto 40 e nove milímetros, todos na cabeça. O colete à prova de balas não foi encontrado com a vítima, que já tinha passagens por homicídio.

Após a morte de “Neto”, os traficantes ligados ao CV retornaram para a invasão Carlinhos da Carbrás e promoveram um ataque contra rivais do PCC. Amedrontados, moradores acionaram a polícia e repassaram as características dos veículos ocupados pelos criminosos.

Durante a fuga em um carro Gol, cor branca e placa PHN 8C70, cinco homens foram presos por uma guarnição da Força Tática que fazia o patrulhamento de rotina na avenida Dona Otília, na comunidade Parque São Pedro. Um segundo veículo envolvido no ataque, de cor azul, ocupado pelo líder do bando, conseguiu fugir.

Dois suspeitos feridos por tiros nas pernas, um deles com mandado de prisão por homicídio, identificado como Danilo Santos de Sales, 26, vulgo “Pincelzinho”, foram levados sob custódia para uma unidade hospitalar.

Com o grupo, os policiais militares apreenderam quatro armas de fogo de grosso calibre, quatro coletes balísticos, munições e uma lata de tinta tipo splay. O quinteto foi conduzido, juntamente com os materiais apreendidos, ao 19º Distrito Integrado de Polícia (DIP), para os procedimentos cabíveis.

Investigações

Danilo é investigado por participação no assassinato de Fabrício Daniel de Oliveira, 25, o “Capel”, ocorrido na tarde do dia 27 de outubro de 2022. Ele foi morto a tiros por seis homens no telhado de uma casa na avenida Fernão Dias Paes Leme, no bairro Dom Pedro 1, na Zona Centro-Oeste de Manaus.

Segundo a polícia, Fabrício era detento do regime semiaberto com mandado de prisão em aberto e um dos envolvidos na execução de Joel da Silva Florêncio, 26, e Lucas Bichara Aquino, vulgo “Nego”, 23, no bairro Dom Pedro 1. As vítimas foram encurraladas no dia 10 de outubro do ano passado, no beco Luz e Vida.

Edmundo de Oliveira Pessoa Riker, Ian Oliveira Sales e Thiago de Oliveira dos Santos foram presos suspeitos de envolvimento na execução do trio durante a operação “Housekeeping” que foi deflagrada pela Polícia Civil do Amazonas (PC-AM), por meio da Delegacia Especializada de Homicídios e Sequestros (DEHS).

Com avanços das investigações, a Polícia Civil descobriu que o assassinato de “Capel” seria uma retaliação pela morte de “Nego” e a esposa da vítima, Valéria da Silva de Paula, atualmente com 25 anos, foi apontada como a mandante da execução. Ainda segundo as investigações, uma mulher conhecida por “Joyce”, prima de “Nego”, foi quem planejou para pegar “Capel”.

As investigações da Polícia Civil apontam o bonde no envolvimento em outros assassinatos de rivais na capital. Um dos alvos ameaçados era Luciano Saraiva Maciel, 18, que morreu com um tiro na perna, no início da noite de sexta-feira (7). Ele foi surpreendido enquanto saía de um supermercado, na comunidade Nossa Senhora de Fátima 1, no bairro Novo Aleixo, na Zona Norte de Manaus.

Mas a disputa pelo tráfico de drogas e o desentendimento dentro do grupo criminoso também motivam outras mortes. Entre os casos recente aconteceu na noite de domingo (6), em um rip-rap do beco Domingos Olímpios, situado entre as ruas Manaus e São José, no bairro Compensa 2, na Zona Oeste da capital.

Como forma de humilhar, Douglas Martins de Lima, 22, conhecido pela alcunha de “Olhão”, foi jogado dentro do córrego, nu e sem cabeça. Conforme informações da perícia criminal, a vítima foi atingida com cinco tiros, sendo dois tiros nas costas, um no tórax, um nas nádegas e um no braço direito. Uma jovem que fez casinha para “Olhão” foi identificada por grupo rival e teve a morte decretada.

A polícia já identificou que o líder do bonde, que possui mandado de prisão, usou nome falso para desembarcar na capital em voo vindo do Rio de Janeiro. Ele chegou com a missão de executar rivais do tráfico e aqueles que ameaçaram sua família. A DEHS está na procura dos envolvidos nos confrontos de facções criminosas.