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Polícia

Quarteto morto na AM-010 foi abordado antes pela Rocam

As vítimas foram encontradas mortas dentro de um carro com vários tiros à queima-roupa horas depois no ramal Água Branca

Quarteto achado morto foi alvo de abordagem da Rocam (Foto: Reprodução)

Manaus (AM) – A circulação de vídeos nas redes sociais pode ser uma “peça-chave” para rumos da investigação dos assassinatos de Alexandre do Nascimento Melo, 29; Diego Máximo Gemaque, 33; Lilian Daiane Máximo Gemaque, 31, e Valéria Luciana Pacheco da Silva, 22. As vítimas foram encontradas mortas dentro de um carro com vários tiros à queima-roupa, na manhã de quarta-feira (21), no ramal Água Branca, quilômetro 32 da rodovia AM-010.

Uma câmera de celular apontada para duas viaturas das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) mostra o quarteto em abordagem policial. No vídeo, policiais militares revistam o carro Onix, de cor branca e placa QZO-3B24, usado para transporte por aplicativo. Alexandre que conduzia o veículo é questionado por um dos policiais, enquanto as mulheres são revistadas na rua.

Com a repercussão dos vídeos, a Polícia Militar do Amazonas (PMAM) comunicou em nota o afastamento dos policiais militares flagrados nas filmagens.

“Após tomar conhecimento das imagens da abordagem da Rocam que circulam na internet, o Comando da Polícia Militar do Amazonas (PMAM) determinou à Diretoria de Justiça e Disciplina (DJD) a imediata instauração de um procedimento investigatório para apuração dos fatos. Para efeitos de plena transparência, os policiais foram afastados de suas funções até que se concluam as investigações”, finaliza a nota.

Segundo o Diário Manauara apurou, os policiais militares apresentaram versão de que abordagem resultou na apreensão de grande quantidade de drogas e armas. Eles ressaltaram que o quarteto foi liberado em seguida e mortos por rivais do tráfico. A reportagem questionou sobre o material apreendido, mas não obteve respostas se a ocorrência foi apresentada na delegacia, de acordo com os procedimentos.

Amizade

Ao Diário Manauara, familiares relataram que desconhecem o laço de amizade entre Alexandre e Diego. Segundo parentes de Diego, foi a primeira vez que eles saíam juntos.

“Eu fui informado que Alexandre havia sido preso pela Rocam, e colocado dentro do carro. Antes de ir para a delegacia para saber o que tinha acontecido, eu recebi quase uma hora depois, um vídeo que seria de Alexandre. Tudo indica que após abordagem ele foi torturado e morto. O restante foi assassinado para não ter testemunhas”, contou um familiar que preferiu não se identificar.

Últimas horas

Alexandre foi visto pela última vez por volta das 23h, no Lanche Ki Delícia, na rua Taperoa, no bairro Alvorada, na Zona Centro-Oeste da capital. Questionada pela reportagem, a família informou que desconhece o envolvimento de Alexandre com o tráfico de drogas. Segundo os familiares, Alexandre estava muito animado com o primeiro aniversário do filho.

“Estamos arrasados com essa situação. Alexandre estava muito feliz pela aproximação do primeiro aniversário do filho. Já tínhamos até alugado um salão para a festinha em janeiro. Agora, acabou Natal, Ano Novo e aniversário”, lamentou o pai da vítima.

Motivação

O que se sabe até agora é que uma câmera de celular registrou o momento em que o quarteto é abordado por policiais militares da Rocam. A Delegacia Especializada em Homicídios e Sequestros (DEHS) investiga o que aconteceu entre o momento da abordagem policial, e hora das execuções.

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