
O prazo para esses jovens confirmarem a participação nas eleições de outubro se encerra em maio. (Foto: Divulgação)
Manaus (AM) – Os candidatos às eleições de 2022 têm um desafio: conquistar jovens eleitores, para quem o voto é facultativo. O prazo para esses jovens confirmarem a participação nas eleições de outubro se encerra em maio e, de acordo com uma pesquisa da Luminate, esse grupo não parece animado com o debate político.
Tanto rostos estreantes em busca do cargo como Carol Braz (PDT) e Ricardo Nicolau (Solidariedade) quanto caciques como Amazonino Mendes e Eduardo Braga, devem buscar conquistar a juventude.
Nas eleições de 2018 já foi constatada uma queda de 40% entre os eleitores de 16 e 17 anos em comparação com as eleições municipais de 2016 de acordo com o balanço do eleitorado feito pelo Superior Tribunal Eleitoral. Com a crescente polarização política para o atual momento eleitoral, com os líderes nas pesquisas tendo alta rejeição, a tendência é que a participação dos jovens nas eleições continue caindo em 2022.
De acordo com dados do Barômetro das Américas, realizado pelo Projeto Latino-Americano de Opinião Pública (Lapop na sigla em inglês), houve um crescimento de 8% entre 2008 e 2021 das opiniões que estão muito em desacordo sobre a afirmativa da democracia ser a melhor forma de governo, indo de 8% para 16%. Em uma análise mais qualitativa, as pesquisadoras Esther Solano e Camila Rocha, da USP, produziram a pesquisa “Juventude e democracia na América Latina”, em conjunto com a Luminate. Ficou evidente o descontentamento dos jovens brasileiros com a vida política nacional.
Segundo a análise das pesquisadoras, os entrevistados consideram, entre os pontos principais, que o país está afundando na corrupção, que o sistema político é sujo e corrompido, e não se pode mais confiar nele. Como comparação com os vizinhos do Brasil, os dados do Lapop revelam que 25% dos entrevistados no continente americano discordam que a democracia é a melhor forma de governo.
Esta menor participação dos jovens em questões políticas foi reconhecida por alguns dos entrevistados, que acreditam ser necessário aumentá-la. Eles consideram a presença em manifestações como importante, mas quase nunca comparecem a elas. As principais causas apontadas para essa ausência foram medo da violência policial, conflitos familiares, e receio de consequências agressivas da polarização política (conflitos entre manifestantes).